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ABOBRIFICAÇÃO DO DIVO CLÁUDIO

LÚCIO ANEU SÊNECA

  • R$ 59,00

A Abobrificação do divo Cláudio é uma sátira que desconstrói a apoteose do imperador romano Cláudio, morto em 54 d.C. Nela, Cláudio, que ficou conhecido em sua época por ser um governante tirano, boçal e incapaz de sustentar seu cargo, percorre um caminho fictício até o céu, de onde, tendo sua entrada rejeitada pelos deuses, é enviado ao inferno para receber seu juízo final. O texto de Sêneca participa do gênero sátira menipeia, em que se mesclam prosa e verso, coloquialismos e formas cultas, além de possuir constantes intertextualidades com outros textos da antiguidade clássica. A obra é uma reação tanto ao exílio sofrido pelo autor nas mãos do princeps satirizado quanto aos desmandos e crueldades por ele perpetradas, e ainda uma forma de enaltecer Nero, seu sucessor, de quem Sêneca foi preceptor. Apesar da distância temporal e cultural, saltarão aos olhos do leitor diversos paralelos com a atual realidade brasileira.

 

Pouco após a morte de Cláudio, imperador que, assim como outros, deixou marcas indeléveis de tirania na Roma antiga, o filósofo e dramaturgo Lúcio Aneu Sêneca compôs uma peça satírica que se tornou referência para os amantes do riso sarcástico. Nela Sêneca narra as peripécias por que passou o recém-defunto até chegar ao seu posto definitivo: os ínferos. Após o primeiro imperador romano, César Augusto, ter instituído a ideia da deificação, seus sucessores buscaram a mesma sorte. Contudo, segundo a sátira senequiana, no caso de Cláudio essa transformação em divindade foi malograda e, em vez da deificação, o autor sugere que tenha ocorrido uma “abobrificação”, ou seja, a conversão do imperador em abóbora, não em deus.

Desde o título se nota o caráter jocoso e ridicularizante que retrata a figura do imperador tirano, o qual, sob certos aspectos, recorda tanto o atual presidente brasileiro quanto outros tiranos de nossos tempos. Não coincidentemente, o interesse pela obra cresceu nos últimos anos em todo o mundo, a julgar pelas centenas de publicações recentes ligadas a ela, bem como pelas novas traduções que vêm surgindo, tendência da qual a presente edição faz parte.

Portanto, o leitor e a leitora têm em mãos não só uma obra-prima da sátira menipeia, gênero poético peculiar que mistura prosa e poesia, ficção e realidade, mas também uma obra clássica que foi admirada por escritores como Boccaccio, Diderot, Machado de Assis entre outros, e que dialoga com nossa época como poucas.

Autor(a) Lúcio Aneu Sêneca
Tradutor(a) Luiz Henrique Milani Queriquelli, Maria Helena Felicio Adriano, Miguel Ângelo Andriolo Mangini, Pedro Falleiros Heise,
Nº de páginas 118
ISBN 978-65-5519-156-1
Altura 13,5x20,5 cm

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