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BREVIÁRIO POLÍTICO DA PSICANÁLISE

JORGE ALEMÁN

  • R$ 75,00

Neste Breviário encontraremos uma declaração de propósitos da Esquerda Lacaniana. Aquela que não renuncia a democracia, nem a destrói antes de sua reinvenção. Uma democracia que começa pelo comum, como lugar da língua e do coletivo de modo a impedir a captura do Estado pelo neoliberalismo e sua psicologia da autoestima, da resiliência e dos afetos. Para além do sujeito responsável, trata-se de enfrentar o racismo como núcleo duro da ideologia e de reencontrar o que Lacan chamou de “homem de verdade”, encarnado no tipo social do agitador revolucionário, do escritor de estilo e do pensador que renova o ser. A indiferença em matéria de política não é indiferença ao político como ato que institui o comum.

Sim, o neoliberalismo rechaça o amor, ainda que nem sempre o amor faça barra ao neoliberalismo. Especialmente nos força a amar antes a nós mesmos e ao supereu, do que ao outro em primeiro lugar, respeitando a solidão do comum de alíngua. Para esquerda lacaniana a luta não é contra a psiquiatria materialista, mas contra a psiquiatria neoliberal, que extrai mais-valia de sofrimento dos processos de colonização da subjetividade, das zonas de guerra nas periferias do mundo e se empenha em justificar consumidores como trabalhadores gratuitos, funcionais e produtivos.

Lacan não é um autor do fim da história. Ele nos ajuda a recusar a escolha entre um capitalismo democrático de direitos humanos e um capitalismo autoritário de estilo chinês ou russo. Neste livro o leitor não encontrará, como de costume, uma antropologia histórica culturalista, que torna as ideias lacanianas imediatamente palatáveis para a nova crítica.

A psicanálise não é uma antropologia cultural ou histórica, por isso também o recalque inconsciente não equivale a repressão social. Não é derrogando o Édipo que vai se alterar o mecanismo psíquico do poder, no máximo privar de ancoragem necessária para a resistência contra a deriva infinita da língua. Psicanálise e marxismo partilham um universal difícil, tão necessário quanto impossível. Universal materialista, sem complexos imperialistas ou eurocentrados, não redutíveis à mundialização do capitalismo.

Não há nada de fundacionismo militante na Esquerda Lacaniana porque no seu horizonte o programa inaugural da psicanálise acabou. Seu trabalho fundante terminou, restando apenas reverberar sua descoberta. Saber perder sem ficar derrotado é o primeiro passo para não servir a nenhum Outro.

 

CHRISTIAN DUNKER

 

Jorge Alemán é um psicanalista, escritor e filósofo incomum daqueles que aparecem de tempos em tempos—como Slavoj Zizek—com um estilo acessível e provocador que explora de forma direta e didática como os discursos políticos moldam o desejo, a identidade e o inconsciente social, propondo novas formas de pensar a emancipação/resistência e o alcance do que chamamos a era do capitalismo globalizado. Amor; machismo; políticas de gênero; linguagem inclusiva; abordam parte significativa do repertorio de conceitos-chave que usamos no cotidiano para captar as circunstâncias sociais e subjetivas que implicam como podemos entender a economia, a política as relações sociais e amorosas.

Inserido fortemente na tradição lacaniana, o autor analisa os mecanismos subjetivos que sustentam as ideologias dominantes e os processos políticos contemporâneos, com especial atenção ao pano de fundo das tensões do neoliberalismo, sendo uma voz ativa nos debates sobre o papel da subjetividade e da linguagem nas dinâmicas políticas atuais, combinando uma sólida base teórica com um profundo compromisso com a crítica social.

Como um ensaio em pequenas formas de estilo extremamente agradável e conciso, o livro pode ser lido por blocos temáticos, conceitos específicos ou aleatoriamente, pois qualquer que seja a forma de entrada, o leitor ao final perceberá que o texto possui uma unidade própria.

Embora pareça um lugar-comum em apresentações de livros, essa é, sem nenhuma dúvida, uma leitura indispensável para compreender as forças psíquicas e ideológicas que atuam nas sociedades modernas no momento em que caminhamos para um quarto do Século XXI, para enfrentar os desafios pessoais e coletivos que nos desafiam hoje e nos próximos anos.

 

JOÃO ANGELO FANTINI

Professor, escritor e psicanalista

 

João Angelo Fantini – professor, escritor e psicanalista, com pós-doutorado no Birkbeck College (University of London). Autor e coautor de Bem-estar na Cultura: consumo de satisfações? (EDUSP, 2023); As Escritas do Ódio (Escuta, 2018), Raízes da Intolerância (Edufscar, 2014-Finalista Prêmio Jabuti); Imagens do Pai no Cinema – Clínica da Cultura entre outros; além de jornais e revistas acadêmicas é editor da Revista Leitura Flutuante da PUC – SP.

Autor(a) Jorge Alemán
Tradutor(a) Oscar Cesarotto
Nº de páginas 148
ISBN 978-65-5519-244-5
Altura 15,5x22,5 cm

Autores

JORGE ALEMÁN

Tradutores

Oscar Cesarotto

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