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Cinemas transversais reúne autores e debates sobre formas expressivas contemporâneas como performances audiovisuais, microcinema, cinema móvel, projeções no espaço público e ainda o canônico cinema da sala escura. O heterodoxo corpo de experiências propõe arqueologias entre meios como a fotografia, as artes visuais, o cinema de artista, a artemídia e as partituras dos compositores Jonh Cage, Cornelius Cardew e Iannis Xenakis, em artigos de Arlindo Machado, André Parente, Kátia Maciel, Ana Carvalho, Cornelia Lund e Valentina Monteiro.
Mary Ann Doane, pesquisadora internacionalmente reconhecida e pouco traduzida no Brasil, toma a escala do Imax aos smartphones como ponto de partida para pensar o esvaziamento da imagem por sua mercantilização e a resistência em projetos como a poética instalação de Jim Campbell cuja visibilidade é dada pela respiração e batimento cardíaco do artista. Esther Hamburger também investe na dimensão política da imagem, ao analisar a participação dos meios de produção e distribuição audiovisual domésticos, nas manifestações de junho de 2013 em São Paulo.
A última parte deste volume dedica-se à Performance Audiovisual com entrevistas dos realizadores Alexandre Rangel (VJ Xorume), Caio Fazolin, Henrique Roscoe (VJ 1mpar), Almir Almas e convidados e o coletivo Embolex sobre seus processos de criação. Com curadoria de Patrícia Moran e VJ Spetto esses artistas e pesquisadores se apresentaram em São Paulo. Mia Makela, pioneira na reflexão e realização de Cinema ao Vivo, parte de Andrei Tarkovski para apresentar seu processo criativo e discutir o cinema contemporâneo. O ator, diretor e pesquisador de performance audiovisual e artes cênicas Steve Dixon discute sua trajetória com Rubens Rewald, que como Dixon é ator, diretor, e pesquisador. Marcus Bastos avalia criticamente as apresentações, localizando historicamente a estratégias discursivas e escolhas estilísticas dos realizadores. Em “A síntese de uma cena” Bastos recupera a ainda pequena literatura sobre experiências de performances audiovisuais ao vivo comparando a situação brasileira à internacional. Com esse espectro amplo de autores e abordagens, Cinemas transversais provoca a reflexão sobre um campo que se debate em busca de redefinir fronteiras — entre formas e temporalidades artísticas que de alguma maneira recorrem às imagens e sons.
PATRÍCIA MORAN é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP. Professora e pesquisadora no Departamento de Rádio Cinema e TV da ECA/USP e do curso de Design FAU/USP. É diretora do Cinusp Paulo Emílio. Pesquisa atualmente performances audiovisuais em tempo real. Idealizou e coordenou Arranjos Experimentais: Cultura Numérica Audiovisual e coordena com Esther Hamburger a coleção Cinusp.
Diretora de cinema e vídeo, participou de importantes festivais internacionais, como o Festival de Berlim, e foi premiada em festivais nacionais e internacionais com seus ensaios audiovisuais, como o documentário Clandestinos e a ficção Plano-sequência. Em 2012 lançou seu longa-metragem Ponto Org. Foi premiada com a bolsa da Fundação Vittae de artes.