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Com este livro, O contemporâneo na crítica literária, novamente tenta-se responder – para transformar – à relação de identidade entre o que é próprio da arte, próprio da crítica ou próprio da sociedade.
O livro nasce do desejo de transformar de alguns professores e pesquisadores inquietos diante da constatação da falta de disposição para o contemporâneo de certas práticas críticas. Contemporâneo é, segundo Giorgio Agamben, “é aquele que mantém fixo o olhar no seu tempo, para nele perceber não as luzes, mas o escuro”.
O que não quer dizer que perceber essa obscuridade seria apenas um estar passivo diante dos acontecimentos.
Estar diante de algo que não representa e nem dá a ver não obscurece o olhar e, ao contrário do que se poderia imaginar, promove a visão. O contemporâneo é sempre o enigma a nos desafiar, a exigir de nós uma posição de alteridade frente ao que se nega à identificação.
Repensar a tarefa da crítica frente às demandas da arte e da sociedade contemporânea é uma demanda intelectual que necessita ser respondida, contudo, responder, para nós, quer dizer alterar, pois a crítica tem uma tarefa frente à sociedade que a envolve e a produz, e essa tarefa necessariamente tem que ser cumprida, caso contrário esse tipo de produção poderá perder efetivamente o seu sentido.
E é com essa compreensão que esta publicação se organiza.