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DEFESAS DA POESIA

SIR PHILIP SIDNEY, PERCY BYSSHE SHELLEY

  • R$ 89,00

É provável que a crítica literária tenha adotado uma atitude defensiva da qual ela nunca se recuperou, e que a teoria da literatura tenha se constituído, afinal, como um ramo da apologética, no qual muitos documentos críticos teriam, quer intitulados ou não "defesas da poesia", o caráter de posicionamentos em um debate permanente.

Abrams

 

O reinado de Elizabeth I foi não apenas o período em que a Inglaterra ascendeu à posição dominante no Ocidente, mas também aquele que viu surgir uma plêiade de escritores do calibre de Shakespeare, Marlowe e Ben Johnson. Na corte, longe das ruas e dos teatros, Sir Philip Sidney, um jovem e brilhante poeta e aristocrata, de família ilustre, sobrinho do eterno pretendente à mão da rainha ꟷ Sir Robert Dudley ꟷ e futuro genro do ilustre secretário da soberana ꟷ Walsingham ꟷ, em resposta às acusações feitas pelos puritanos, de que o drama e a poesia incitavam à imoralidade, escreve uma ardente apologia da literatura ꟷ O Defence of Poetry. Mais de dois séculos depois, um novo libelo contra a literatura acusava-a, desta vez, de irrelevância em uma era de progressos científicos. O The Four Ages of Poetry, escrito por Thomas Love Peacock, ele próprio romancista, apesar de seu tom de facécia, foi levado profundamente a sério pelo grande poeta Shelley, Da Itália, Shelley exprime sua indignação em carta ao autor do Four Ages: "seu ensaio contra a poesia não chegou; meu espanto, entrementes, por você ser capaz de sustentar tal heresia nesta época materialista e amante do dinheiro, mantém me em suspense".

Mas o poeta fez mais do que isso: tendo sobre os olhos a defesa de Sidney e a tradução do íon de Platão ꟷ na qual estava então trabalhando ꟷ, imediatamente põe-se a escrever um artigo em defesa da poesia, planejando publica-la no periódico em que saíra o libelo de Peacock.

A duas defesas ꟷ a de Sidney e a de Shelley ꟷ foram publicadas apenas postumamente: a de Sidney, porque fora escrita para circulação entre os íntimos; a de Shelley, em virtude de sua morte prematura, em naufrágio, em 1822.

Contudo, essas duas peças retóricas adquiriram um brilho e uma importância inegáveis não apenas na esfera de literatura de língua inglesa, mas também na história e na crítica literárias ocidentais. As traduções e as notas foram a concretização de um projeto há muito acalentado pela tradutora. Acompanha-as um ensaio introdutório, com as circunstâncias de suas redações, análise de sua estrutura retórica e apresentação de Sir Philip Sidney ao público brasileiro.

Autor(a) Sir Philip Sidney e Percy Bysshe Shelley
Tradutor(a) Enid Abreu Dobranszky
Nº de páginas 224
ISBN 85-7321-181-4
Formato 14x21cm

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