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Fernanflor é o épico, a saga de Jeroni Fernanflor. Uma obra-prima construída com a precisão e o preciosismo com que se constroem os melhores relógios. É lindo e surpreendente o que Sidney Rocha evoca e solidifica com as palavras. E essa obra de arte recebe todo o cuidado desse criador, do texto à concepção estética e gráfica do livro. Só que esse relógio marca o que a ciência não atinge, nunca atingirá. Fernanflor marca o tempo interno. Jeroni Fernanflor é artista plástico, igualmente mestre em sua arte.
Ele é um ser invadido por silêncios, e até isso Sidney é capaz de fazer, talvez a maior dificuldade a meu ver: Sidney consegue escrever o silêncio. O silêncio transforma as coisas, as faz crescer. E se seguimos esse épico atentos perceberemos um pequeno rumor, que registra o som dos ossos de Jeroni Fernanflor.
Os dele e os nossos, naturalmente. Jeroni Fernanflor pintou os famosos, e sei que seria fama passageira se ele não os tivesse eternizado. Ao mesmo tempo, Jeroni se eternizou. Jeroni torna Sidney apenas um borrão, enquanto ele ganha carne. Sidney Rocha é apenas um instrumento.
E Jeroni nos engole. Jeroni me engoliu. Estou dentro dele, agora. Mas o livro acabou. Falo dessa coisa triste que é o livro depois de lido. Fernanflor é um romance fabuloso. Naturalmente, voltarei a ler ou a dar corda para assistir ou fruir a este espetáculo. Quanto aos elementos pictóricos deste livro destaco o capítulo “A ilha”. Queria fugir da expressão óbvia de que Sidney pinta com palavras, mas não dá. Fernanflor não é apenas texto ou literatura. Fernanflor é uma escritura. E terminar sua leitura é ter no peito o escorpião do remorso ou da tristeza. É quase o que veremos em nosso momento final. Quando não haverá mais a mística só a burocracia. Boa leitura. Sejam engolidos por um vazio maior do que o de Jonas.
Lourenço Mutarelli
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[SEGUNDA: ARTE1 RESOLVE COMEÇAR 2020 ASSIM]
Contra o estilo | Jornal Rascunho por José Castello
SIDNEY ROCHA IMAGINA CIDADE FICTÍCIA E HEDONISTA EM NOVO ROMANCE ♥
Fonte: Estadãopor Ney Andersonjornalista e editor do site de literatura Angústia Criadora
https://arte1play.com.br/colecoes/degustacao-2742/arte1-comtexto%3A-sidney-rocha-35033
Em conversa com o crítico literário Manuel da Costa Pinto, o contista e romancista Sidney Rocha fala sobre “A Estética da Indiferença”, segundo livro da trilogia “Geronimo” - iniciada em 2015 com “Fernanflor”. Além de comentar sobre a escolha dos títulos de seus livros, o escritor aponta as influências presentes em “O Destino das Metáforas”, livro ganhador do prêmio Jabuti de 2012, e fala sobre como a linguagem é a protagonista de sua produção literária.direção: Iano Coimbracategoria: LITERATURA
SIDNEY ROCHA E SUA TRILOGIA CROMANE
Neste episódio do Berrante, conversamos com o escritor Sidney Rocha. Aqui, ele fala da sua Trilogia Cromane, composta pelos romances Fernanflor, A estética da indiferença e Flashes. O autor ainda fala sobre a relação entre o real e a imaginação, como trabalha o espaço em sua obra, fala do início da sua carreira como escritor, a luta pela memória, a necessidade do esquecimento, fala da sua experiência na poesia e dos seus estudos e investigações para se chegar ao resultado da Trilogia Cromane.
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