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“O inferno são os outros” filosofou Jean-Paul Sartre, no auge do existencialismo, movimento que transcendeu a vida literária e agitou Paris, logo após a Segunda Guerra Mundial.
Em O fogo dos infernos, o escritor baiano Aramis Ribeiro Costa parece contrapor-se à teoria sartreana: o inferno são os desejos humanos, as obsessões humanas, sonhos irrealizados, destinos contrariados. Está nos corações e mentes e atinge o mais alto grau de combustão nos populares países baixos. É aí que as chamas ardem mesmo, incontroláveis.
Neste seu novo livro, Aramis Ribeiro Costa apresenta quatro histórias independentes, cada uma com um enredo autônomo em relação às outras. Mas em todas elas os protagonistas acabam condenados ao fogo de seus próprios infernos. E é este fogo que varre todas estas páginas, dando uma certa unidade às quatro novelas, tornando-as quase um romance.
Na primeira — “A porta fechada"—, um homem chamado Alfeu é consumido pelo fogo de uma paixão juvenil por uma garota de programa, que o leva à ruína moral; na segunda —"A história de Joselita”— é o sonho de Cinderela de uma menina do interior uma tabaroa da roça, que a faz chafurdar nas profundas do inferno até a loucura, na capital, Salvador, a cidade da Bahia; segue-se a esta “Domingos de sol": aqui, o pai de família de vida modesta Anfrísio Alves, de repente tem um sonho de consumo, lazer e status — uma piscina em seu quintal. É o começo de sua danação; na quarta e última — "O fogo dos infernos”, que dá título ao livro —, as labaredas não poupam ninguém, principalmente o menino Ernesto, que acaba se tornando um herói solitário.
E tudo muito bem urdido pelas mãos firmes, seguras, e ao mesmo tempo diabólicas, de Aramis Ribeiro Costa, um escritor rico de imaginação, em pleno domínio do seu estilo, senhor do seu ofício.
Antônio Torres
Baiano de Salvador (1950), médico, formado em Letras, membro da Academia de Letras da Bahia e do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, Aramis Ribeiro Costa é um dos nomes mais representativos da atual ficção baiana. Publicou os seguintes livros: Quarto escuro, poesias, 1974: A caranguejinha de ouro, Helena, Helena e O morro do Caracará, infantis, 1986; A nota de Rosália, contos, 1989; Uma varanda para o jardim, romance, 1993; Espelho partido, poesias, 1996; A assinatura perdida, contos, 1996; O mar que a noite esconde, contos, 1999; Episódio em Curicica, novela, 2001; e Histórias de bicho, infantil, 2001. O fogo dos infernos é o seu terceiro título nesta Editora, sendo os outros dois A assinatura perdida e O mar que a noite esconde.