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Filho de imigrantes franceses, Isidore Ducasse nasceu e viveu seus primeiros anos numa cidade sul-americana sitiada por exércitos a serviço do ditador argentino don Juan Manuel Rosas; uma guerra longa, evocada em Montevidéu ou uma nova Troia, de 1850, romance atribuído a Alexandre Dumas, no qual Alejandro Waksman, seu tradutor para o espanhol, encontra “un espíritu montaraz de maravillas”, entre suores de centauros, exalações de sangue, barro e bosta misturados a pestilências, incenso e perfumes. E é nessas margens tumultuosas e instáveis, entre poetas veneráveis e estranhas misturas de línguas, que o livro de Leyla Perrone-Moysés e Emir Rodríguez Monegal – um livro construído pacientemente ao longo de anos e ainda no interior de uma cultura à bureaux fermés que dificultava o acesso às raridades –, vem situar novamente o autor d’Os cantos de Maldoror, embaralhando o que pareciam ser evidências, aceitas pela crítica oficial, sobre Isidore Ducasse, sua vida e sua obra.
"Este 'Lautréamont americano' teve, não por acaso, sua primeira edição em 1995, na cidade natal do poeta, 'a melancólica e sedutora Montevidéu', e somente seria publicado pela Harmatan em 2001 – até então as casas editoras francesas justificavam, com uma racionalidade cortês, seu “desinteresse” por um texto que tocava em pontos sensíveis de uma obra já há muito tempo territorializada pela cultura francesa. Passados trinta anos desde o início de sua redação, ele conserva, entretanto, todo o seu frescor, interesse e atualidade, e chega, finalmente, às mãos do leitor brasileiro e dos nossos especialistas em Maldoror, trazendo, no seu fecho, um curto e belo ensaio de Severo Sarduy sobre Lautréamont e o barroco.
Joaquim Brasil Fontes