As autoras focalizam as noções de educação, comunicação e imaginário, partindo da contextualização etimológica, para reconhecer que no paradigma da cultura atual os processos de aquisição de conhecimento, por meio do livro ou do software educativo, ocorrem mais satisfatoriamente quando há a valorização equilibrada do sensível conjugado ao inteligível.

A partir desse contexto, propõem um fazer que atualize nossa civilização e amplie a possibilidade de o homem ser enriquecido pela cultura: criam estratégias para o prazer de ler, escrever e aprender; sugerem parcerias com empresas privadas, para ampliar acervos de livros em salas de leitura em escolas; analisam práticas de informática, para motivar o interesse pela aprendizagem criativa.

Demonstram, assim, que o imaginário se dinamiza cognitivamente, porque articula formas de saber; pragmaticamente, pois estrutura sequências de interação; e passionalmente, já que organiza os processos afetivos.

UMA NOVA CIVILIZAÇÃO

 Interação parece ser a tônica do nosso tempo, a começar pela vocabular. Palavras que migram, imigram, emigram, circulam pelo mundo portadoras de marcas inconfundíveis das de culturas origem. Acolhidas como expressões em trânsito, não raro terminam incorporadas aos léxicos locais, podendo, inclusive, tornar-se de uso virtualmente universal. Como a globalização é, essencialmente, a da comunicação, esse vetor primeiro tem por base a língua, uma língua, várias línguas. Quanto mais intenso o intercâmbio, menor a ameaça ao tesouro da diversidade.

Nesse mundo, cujos umbrais já ultrapassamos, a ingente missão é a de preservar espaço para o humanismo. Imperativo não confundir saber com erudição e, menos ainda, com a erudição dos bancos de dados e microfichas.

Imperativo é impedir que a erudição fácil entorpeça o florescimento do saber.

Sergio Correa da Costa

da Academia Brasileira de Letras

e autor de Palavras Nem fronteiras.

 Laís Piovesan

Mestre em Ciências da Comunicação na ECA-USP, pesquisadora e autora de artigos e projetos em Ação-Cultural na área de leitura, pedagoga professora titular do Ensino Municipal de São Paulo.

Magda M.Gardelli Colcioni

Mestre em Língua Portuguesa na PUC-SP, pesquisadora em narratividade em linguagem computacional e professora na UNICSUL.

Maria Thereza de Queiro Guimarães Strôngoli

Doutora em Didática pela USP, pesquisadora-bolsista Fulbright na Universidade da Pensylvania. EUA pós-doutoramento na Universidade de Paris V e professora titular de Análise do Discurso no Programa de Estudos Pós Graduados em Língua Portuguesa da PUC-SP.