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São 23 contos mínimos escritos em linguagem poética e feminina. Custa a acreditar que é o livro de estreia de Celia Cavalheiro, pelo menos o primeiro a sair da gaveta. Histórias curtas aonde o acontecimento quase não se deixa ver.
E quanto mais distante o leitor se sentir dos grandes acontecimentos, mais em contato consigo mesmo, mais a linguagem será próxima e estranhamente elegante. Quando começamos a perceber a história que marca o conto, é na arena dos sentimentos que o conto se revela, como um manto sutil. Se revela no coração de nós, leitores.
Porque a matéria prima destes contos é o cotidiano afetivo. De uma maneira excessiva poderíamos dizer que os personagens dos contos são os afetos. E de tal forma a escrita de Celia Cavalheiro é permeada de ternura e densidade poética que mesmo em presença do estranhamento do amor, ou da constatação de que não errado odiar, a morte de sete criancinhas soa pungente e doce. E com sua delicadeza a escritora nos ensina que a história que se completa na verdade acabou antes do fim.
Marcos Pachi
Celia Cavalheiro nasceu em São Paulo. Formou-se em Filosofia pela USP, Publicou poesia e contos em Filosofemas (Massao Ohno, 1987) e Contos jovens (Brasiliense, 1987). Papos de Anjos, sua incursão na literatura infantil.