Seu carrinho está vazio.
Lavar os olhos
na luz aguda
secar nos poros
a verve nua
o suor que se atreve
a falar pela pele.
Contador Borges forja com luz um encadeamento de penumbras assediando a claridade: sem temer o obscuro. Forja Borges, reconta Contador; e do contar brota uma luminosa ramagem viva de poemas encadeados, onde a própria água sente fome e os lábios, embebidos, buscam saciar a água: quer dizer, a voz do poeta, incrustada em poesia, busca saciar até a luz, pela via da escuridão encadeada, as penumbras da água: o insaciável; essa continuidade interminável de poemas, aqui, da mão de Contador Borges, abrindo com letra viva, letra encavalgada, ritmos participatórios que tocam (abrem) portas onde assomarão novas gerações de poetas que beberão (iluminando-se de imenso) na obra deste primordial poeta brasileiro.
Jose Kozer
Flórida, 2003